O Farol
- Paulo Leite

- 9 de out.
- 1 min de leitura

A luz que gira no topo do farol não ilumina apenas o mar, mas também a escuridão da mente de dois homens presos em uma rotina sufocante, entre ondas violentas e segredos que nunca são ditos em voz alta. É nesse isolamento que o filme constrói sua atmosfera, densa e quase hipnótica.
O duelo silencioso e depois explosivo entre Willem Dafoe e Robert Pattinson é o coração da obra. A câmera em preto e branco, somada ao formato quadrado da tela, não deixa espaço para fuga: tudo é claustrofóbico, opressivo, desconfortável. Cada ruído do vento e cada olhar carregado parecem pesar toneladas. O filme se apoia no contraste entre disciplina e desespero, ordem e loucura, até o limite em que realidade e alucinação se confundem.
O resultado é um terror psicológico sombrio e visceral, que incomoda ao mesmo tempo que fascina. Para quem gosta de mergulhar em histórias que testam a sanidade, "O Farol" é uma experiência única. Ver até onde a mente humana pode ir em busca de poder e sobrevivência é o tipo de jornada que fica ecoando na cabeça muito tempo depois da tela escurecer.



