Amantes Eternos

As pilhas de discos de vinil nos quartos escuros de Detroit e a luz quente que cobre as vielas de Tânger são mais do que cenário, são a prova de que a história e a arte são o único conforto que resta quando se vive por séculos. Adam, um vampiro músico, está cansado de tudo, achando que a humanidade, que ele chama de "zumbis", está destruindo o mundo. Sua esposa, Eve, sábia e calma, viaja para encontrá-lo, trazendo um estoque de sangue puro e a esperança de que o amor profundo seja a cura para o tédio eterno.

O filme de não é sobre sustos ou brigas de vampiros. É sobre o peso de viver para sempre. A forma como o diretor mostra a rotina desses seres milenares é genial: eles se preocupam com a pureza do sangue como se fosse uma droga de primeira e colecionam instrumentos raros. A direção é lenta, calma e cheia de estilo, deixando que os ambientes e as conversas bobas, mas profundas, tomem conta.

Visualmente, o filme é um show de cores escuras e texturas aveludadas, perfeito para o tom melancólico e cool da história. A música é uma personagem à parte; o rock gótico e triste, criado por Adam, dita o ritmo lento e pensativo do casal. A imortalidade é retratada aqui como um fardo pesado, mas que só vale a pena ser carregado ao lado de quem se ama. É um filme que te faz pensar sobre o tempo, a arte e o que realmente importa quando se tem toda a eternidade pela frente.

Amantes Eternos é um Drama Romântico Gótico que transforma o mito do vampiro em poesia visual e adora histórias de amor com um toque culte reflexivo, este é o seu convite. É uma obra que prova que mesmo a eternidade precisa de um pouco de paixão e boa música para ser suportável.