Perdido em Marte
- Paulo Leite

- 24 de out.
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Uma batata crescendo em Marte. É com essa imagem improvável que Ridley Scott nos lembra de algo essencial: o ser humano tem um talento extraordinário para sobreviver. Entre poeira vermelha e solidão infinita, Mark Watney (Matt Damon) transforma um planeta morto em um laboratório de esperança e isso é muito mais empolgante do que qualquer invasão alienígena.
A trama mistura humor e tensão com uma leveza rara na ficção científica. Damon dá vida a um astronauta carismático, inteligente e teimoso, que fala com a câmera como quem conversa consigo mesmo. Ridley Scott, conhecido por atmosferas sombrias, surpreende ao dirigir um filme luminoso, quase solar, mesmo em meio ao deserto marciano. Cada tomada transmite calor e vastidão, e a trilha sonora, recheada de clássicos disco, quebra o silêncio do espaço com ironia e ritmo.
Mais do que uma aventura de sobrevivência, Perdido em Marte é um tributo à criatividade humana à coragem de rir do impossível e continuar tentando. É o tipo de filme que deixa você olhando para o céu e pensando: se ele conseguiu plantar batatas em Marte, o que será que eu posso fazer com o meu próprio deserto?



