Invocaverso
- Paulo Leite
- 11 de out.
- 2 min de leitura

Um crucifixo que gira sozinho, rangendo contra a parede, já anuncia o que os três filmes da franquia Invocação do Mal entregam: o choque entre a fé e o medo. James Wan constrói um universo sombrio em que cada detalhe da casa mal-assombrada, cada silêncio prolongado e cada olhar aflito de Ed e Lorraine Warren servem como preparação para o próximo susto.
O primeiro longa mergulha no terror clássico de uma família atormentada por uma presença invisível. O segundo amplia o fôlego, com o caso de Enfield, onde o clima cinzento de Londres reforça a sensação de que o mal está sempre por perto. O terceiro, A Ordem do Demônio, muda o tom ao levar os Warren a um tribunal, mostrando que o horror não está apenas em fantasmas, mas também na dúvida da sociedade sobre o que é real.

Além da trilogia principal, o universo se expandiu com spin-offs que exploram origens de figuras marcantes. Annabelle mergulha no terror em torno da boneca amaldiçoada, enquanto A Freira revela o passado do demônio Valak em um mosteiro na Romênia. Esses derivados ajudam a ampliar o peso do mal que os Warren enfrentam, ainda que nem todos alcancem a mesma força da trama central.
Ordem cronológica para assistir ao universo Invocação do Mal:
A Freira
Annabelle: A Criação do Mal
Annabelle
Invocação do Mal
Annabelle 3: De Volta para Casa
Invocação do Mal 2
Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio
Assim, a linha do tempo fica mais clara e a experiência do terror sobrenatural se torna ainda mais envolvente.

O impacto de todo esse universo está na forma como combina sustos bem orquestrados com o vínculo emocional dos protagonistas. Os efeitos sonoros criam tensão, os ambientes são construídos para serem ao mesmo tempo familiares e assustadores, e as atuações dão humanidade a uma narrativa que poderia ser apenas sobre monstros. É terror raiz, feito para quem gosta de sentir o coração acelerar sem perder o vínculo com a história.
No fim, Invocação do Mal é mais que uma franquia de sustos: é uma experiência de entrar em contato com o lado sombrio da fé e do medo humano. Vale a pena assistir, de preferência no escuro, para se deixar envolver pelo silêncio antes do grito.
