A Favorita
- Paulo Leite
- 29 de jul.
- 2 min de leitura

Será que a busca por poder e carinho pode nos levar a caminhos inesperados? É essa a pergunta que A Favorita, do diretor Yorgos Lanthimos, nos faz. Prepare-se para entrar em um mundo de intrigas na corte britânica do século XVIII.

Lanthimos nos leva a uma história onde um drama antigo parece um conto de fadas sombrio. Ele usa a câmera de um jeito único, às vezes nos fazendo sentir como se estivéssemos espiando, outras vezes nos dando uma visão estranha do mundo. É uma experiência que nos deixa curiosos.

No centro da história está a Rainha Anne, frágil e doente, interpretada de forma tocante por Olivia Colman. Sua vida está nas mãos de sua amiga e conselheira, Lady Sarah Churchill, vivida com força por Rachel Weisz. A relação delas é um equilíbrio delicado. Mas tudo muda com a chegada de Abigail Masham, uma parente pobre de Sarah, que com o rosto inocente de Emma Stone, começa a buscar seu próprio lugar. As três atrizes brilham, mostrando as muitas faces de suas personagens. Olivia Colman nos dá uma rainha que é ao mesmo tempo frágil e poderosa. Rachel Weisz mostra uma Lady Sarah esperta, mas com momentos de doçura. E Emma Stone se transforma de jovem ingênua em uma mulher calculista. É impossível não se envolver com elas.

Visualmente, A Favorita é lindo. Os palácios luxuosos, com seus corredores escuros, criam uma sensação de grandiosidade e sufoco. As cores escuras, com toques de cor nas roupas, aumentam o mistério. A forma como o filme é filmado nos faz sentir como se estivéssemos espiando os dramas. A música é discreta, mas ajuda a criar um clima estranho e triste, sempre lembrando que algo diferente está acontecendo.

A grande sacada do filme é ir além da briga por poder. Ele nos faz pensar sobre o amor, a amizade e a manipulação. O favor da rainha não é só um cargo, mas um símbolo de controle e dos desejos mais profundos. O filme não tem pressa, o que pode parecer lento para alguns. Mas essa calma é pensada, para que possamos sentir cada detalhe das relações e das emoções dos personagens. Lanthimos não tem medo de nos mostrar o lado feio da ambição humana.

Se você gosta de um drama de época diferente, que te faz pensar e com atuações incríveis, A Favorita é perfeito. É um filme para quem gosta de ser desafiado, de entender a complexidade das pessoas e de mergulhar em um mundo visualmente único. Prepare-se para ser hipnotizado por este jogo de poder, onde a lealdade é rara e sobreviver é a única regra.
