Wicked
- Paulo Leite

- 21 de jul.
- 3 min de leitura

Sabe aqueles filmes que, de repente, viram a nossa cabeça do avesso e nos fazem enxergar uma história conhecida sob uma luz totalmente nova? Pois é exatamente isso que Wicked, dirigido pelo talentoso Jon M. Chu, promete fazer. Prepare-se para uma jornada por Oz que vai muito além das cores vivas e das estradas de tijolos amarelos, mergulhando na complexidade de personagens que você talvez achasse que já conhecia. Ah, e já vou avisando: Elphaba é a melhor bruxa de todos os tempos, e torcer por ela neste filme é OBRIGATÓRIO!

Jon M. Chu, o diretor, tem um jeito especial de nos guiar pela tela. Ele não apenas nos mostra os eventos; ele nos faz senti-los. Sabe quando a câmera se aproxima tanto de um rosto que você quase pode tocar as emoções do personagem? Ou quando um movimento de câmera te transporta para o meio da ação? Chu domina essa arte, usando cada plano para nos imergir na história de Elphaba, a jovem que um dia será conhecida como a Bruxa Má do Oeste. Ele nos faz questionar: será que ela era realmente "má" ou apenas incompreendida? Através de sua direção, entendemos as escolhas de Elphaba, sentimos suas frustrações e torcemos por suas vitórias, mesmo sabendo o destino que a aguarda. A atuação de Cynthia Erivo como Elphaba é um espetáculo à parte. Ela não apenas canta as músicas com uma potência vocal impressionante, mas dá vida a cada nuance da personagem, transformando-a em alguém palpável, que erra, acerta, ama e sofre como qualquer um de nós. A maneira como ela expressa a dor e a determinação de Elphaba é tão genuína que é impossível não se conectar com ela. E ao lado dela, a energia e o carisma de Ariana Grande como Glinda trazem um equilíbrio perfeito à dinâmica, mostrando a evolução de uma amizade improvável de forma cativante.

Visualmente, Wicked é um deleite para os olhos. Os figurinos são deslumbrantes, os cenários são grandiosos e a paleta de cores é simplesmente mágica, criando um mundo que é ao mesmo tempo familiar e completamente novo. Cada detalhe, desde o verde vibrante da pele de Elphaba até os tons pastéis dos vestidos de Glinda, é pensado para contar uma parte da história, reforçando a personalidade dos personagens e o clima das cenas. E a trilha sonora, ah, a trilha sonora! As músicas são o coração pulsante do filme, elevando cada emoção a um novo patamar. Elas não são apenas canções; são ferramentas narrativas que impulsionam a trama, revelam os pensamentos mais íntimos dos personagens e nos fazem vibrar a cada nota. Prepare-se para cantarolar os números musicais por dias!

A proposta central de Wicked vai muito além de uma simples prequela de O Mágico de Oz. O filme nos convida a questionar a verdade por trás das histórias que nos contam, a enxergar as nuances do bem e do mal, e a compreender que a fama e a reputação nem sempre refletem a realidade de uma pessoa. É um filme sobre identidade, amizade e o poder das escolhas. Talvez alguns espectadores esperem uma adaptação mais focada na espetacularidade da mágica de Oz, e se deparem com um ritmo mais introspectivo em certos momentos, dando espaço para o desenvolvimento dos personagens. Mas essa é justamente a intenção de Chu: ele quer que sintamos a jornada de Elphaba em seu âmago, que entendamos o porquê de suas ações, mesmo aquelas que a levam a ser taxada de "bruxa má". Ele não nos entrega um conto de fadas simples, mas uma exploração profunda das complexidades humanas, disfarçada de espetáculo musical.

Então, para quem é Wicked? É para quem ama musicais, para quem se encanta com narrativas que viram clichês de cabeça para baixo e para quem busca uma história com coração e uma mensagem poderosa. É um drama musical fantástico, cheio de aventura e emoção, perfeito para ser compartilhado com a família e amigos. Prepare a pipoca, ajuste a tela e mergulhe na magia de Oz como você nunca viu antes. Wicked é um convite para enxergar o mundo com outros olhos, e é uma experiência que vale a pena ser vivida.




