top of page

O Milagre

  • Foto do escritor: Paulo Leite
    Paulo Leite
  • 3 de nov.
  • 1 min de leitura

poster do filme o milagre

A menina de olhos serenos diante do prato vazio é talvez a imagem mais poderosa de O Milagre. Não é apenas fome que se vê ali, mas uma fé inabalável que desafia qualquer explicação lógica. É nesse contraste entre crença e dúvida que o filme se constrói, com uma atmosfera que prende o olhar desde o primeiro momento.


A história gira em torno de uma enfermeira inglesa (Florence Pugh) enviada a uma vila irlandesa do século XIX para investigar uma garota que supostamente sobrevive sem comer. A direção conduz o enredo com ritmo delicado, evitando exageros, apostando no silêncio e nos olhares, mais do que nas palavras, criando uma tensão que cresce em cada cena. A fotografia reforça esse clima: tons frios, paisagens áridas e interiores mal iluminados ampliam a sensação de mistério e clausura.


A trilha sonora é sutil, entrando nos momentos certos para aumentar a inquietação. Nada é grandioso, mas tudo é preciso, acompanhando a dúvida que corrói a protagonista e o espectador. O filme mistura drama histórico com um leve toque de suspense, mas sempre mantendo a fé e a razão como pontos de conflito.


O Milagre é, acima de tudo, um drama reflexivo. Não entrega respostas prontas, mas provoca perguntas. Termina deixando aquela sensação de que presenciamos algo além da tela, algo que mexe com crenças e convicções. É o tipo de história que eu recomendo assistir com calma, sem pressa, porque cada detalhe vale a pena ser absorvido.

Tela Cheia. Descubra boas histórias. 2025 por Paulo Leite

bottom of page