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O Labirinto do Fauno

  • Foto do escritor: Paulo Leite
    Paulo Leite
  • 21 de out.
  • 1 min de leitura

poster do filme o labirinto do fauno

O som do giz riscando a parede abre passagem para outro mundo. Ofelia desenha uma porta e atravessa, deixando para trás a Espanha devastada pela guerra. Guillermo del Toro transforma esse gesto simples em símbolo: quando a realidade sufoca, a imaginação vira abrigo.


A direção é de uma delicadeza cruel. Del Toro filma o horror com beleza e a fantasia com tristeza. A fotografia azulada e o uso intenso de sombras criam uma atmosfera densa, onde o mágico parece sujo de terra e sangue. Cada quadro é uma pintura melancólica real demais para ser sonho, onírico demais para ser real.


A trilha sonora acompanha a jornada de Ofelia com suavidade dolorosa. É como se cada nota dissesse que crescer é perder o direito de acreditar. O contraste entre o som da guerra e o sussurro das fadas marca o tom do filme: a inocência tentando sobreviver ao medo.


O Labirinto do Fauno é uma fantasia sombria, mas também uma declaração de amor à imaginação. Um filme que nos lembra que fugir da realidade não é covardia... é, às vezes, o primeiro passo para enfrentá-la.

Tela Cheia. Descubra boas histórias. 2025 por Paulo Leite

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