Manhãs de Setembro

Cassandra acelera pelas ruas de São Paulo como motogirl, mas o que realmente move sua vida é a música. À noite, ela canta com o mesmo fôlego de quem tenta se reinventar todos os dias. Tudo parece finalmente entrar nos eixos até que o passado ressurge trazendo um filho que ela não sabia ter. É assim que Manhãs de Setembro começa, simples e profundamente humana.

A série não fala apenas sobre identidade de gênero, embora esse tema esteja no centro da trama. O que realmente sustenta a história é a busca por pertencimento. Cassandra quer existir de forma plena, sem rótulos nem medos. A chegada do menino quebra a rotina, mas também abre espaço para um novo tipo de amor e de responsabilidade.

As atuações são o coração da série. Liniker entrega uma Cassandra intensa e delicada ao mesmo tempo, transmitindo força mesmo nos momentos de silêncio. O elenco de apoio dá corpo ao enredo com naturalidade, mostrando que cada personagem carrega um pedaço dessa história de recomeços.

A trilha sonora costura tudo com sensibilidade, e a cidade de São Paulo ganha papel de coadjuvante, com suas luzes, ruídos e solidões. Manhãs de Setembro é sobre viver sem pedir permissão e entender que amor também é construção. Uma série sobre o que acontece quando a coragem de seguir em frente encontra o desejo de cuidar.