Brooklyn
- Paulo Leite
- 7 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 5 dias

Você já se perguntou como seria deixar tudo para trás e se aventurar em um lugar completamente novo? "Brooklyn", dirigido por John Crowley, nos convida a sentir exatamente essa experiência de um jeito que pouquíssimos filmes conseguem. Essa é uma jornada emocionante, onde uma jovem irlandesa decide cruzar o Atlântico em busca de uma vida melhor.

O coração do filme é, sem dúvida, Eilis, interpretada com uma sensibilidade tocante por Saoirse Ronan. Você vai se ver torcendo por ela, sentindo o nó na garganta quando ela se despede de sua família, a solidão das primeiras noites em um quarto desconhecido e a empolgação de cada pequena vitória. Saoirse Ronan nos faz sentir a fragilidade e a força de Eilis, uma personagem que é a personificação da resiliência.

A direção de Crowley é tão delicada que nos permite mergulhar na psique de Eilis, entendendo suas motivações e os dilemas que a afligem. Ele usa a câmera de uma forma que nos faz sentir como um confidente próximo, capturando olhares, gestos e silêncios que dizem muito mais do que palavras. É como se estivéssemos ao lado dela, vivenciando cada passo dessa transformação.
Visualmente, "Brooklyn" é encantador. As cores e os figurinos são escolhidos com precisão, transportando-nos para a Irlanda rural dos anos 1950 e, em seguida, para a vibrante Nova York. A fotografia é um espetáculo à parte, com tons quentes na Irlanda que evocam uma sensação de nostalgia e tons mais frios em Brooklyn que refletem a frieza inicial da nova vida de Eilis. Essa transição visual é uma ferramenta poderosa que o diretor usa para nos guiar pela jornada emocional da protagonista.
A trilha sonora é discreta, mas fundamental, pontuando os momentos-chave com melodias que ecoam os sentimentos de Eilis, sem nunca roubar a cena.

A grande proposta de "Brooklyn" vai muito além de uma simples história de imigração. O filme é uma reflexão sobre a identidade e o pertencimento. Ele nos questiona: o que nos define? Nossas raízes ou as escolhas que fazemos? O filme explora a dolorosa dualidade de ter um pé no passado e outro no futuro, de se sentir dividido entre dois mundos.

Se você busca um filme que te toque a alma, que te faça refletir sobre o significado de lar e que te presenteie com uma atuação inesquecível, "Brooklyn" é a escolha perfeita. É um drama delicado e inspirador sobre amadurecimento e escolhas, ideal para quem aprecia histórias humanas bem contadas. Prepare a pipoca, ajuste a tela cheia e mergulhe nessa bela e comovente história de uma mulher que encontra sua voz e seu lugar no mundo.