Boa Noite, Mamãe
- Paulo Leite

- 6 de out.
- 1 min de leitura

A máscara branca que cobre o rosto da mãe é mais do que um curativo. Ela é um símbolo de estranhamento que transforma cada canto da casa em um espaço de incerteza. Por trás dela, surge a sensação de que algo não está no lugar e de que a infância dos gêmeos está prestes a ser corroída pelo medo.
O longa conduz o espectador com calma, deixando cada silêncio e cada corredor escuro aumentar a tensão. A relação entre mãe e filhos é retratada com desconforto crescente, e a dúvida constante sobre a verdade sustenta o clima pesado até o fim. A fotografia fria e a música discreta acentuam a sensação de isolamento, enquanto a narrativa mistura inocência infantil com crueldade latente.
“Boa Noite, Mamãe” é suspense psicológico de impacto, que aposta na sugestão e na atmosfera em vez de sustos fáceis. Ao final, a reviravolta é tão dolorosa quanto inevitável, e faz a obra ecoar muito além da tela. É um filme que não entrega respostas fáceis, mas deixa no ar perguntas inquietantes sobre confiança, família e a fragilidade da mente humana.
Assistir a esse filme é mergulhar em um pesadelo silencioso que mexe com nossas certezas. Quem se permitir entrar nesse jogo de suspeitas e sombras vai descobrir um terror que permanece na mente mesmo depois do último “boa noite”.



