A Sete Palmos
- Paulo Leite
- 21 de set.
- 1 min de leitura

O cheiro das flores no salão fúnebre mistura-se ao silêncio constrangido das despedidas. É nesse espaço de fronteira entre a vida e a morte que a série A Sete Palmos, criada por Alan Ball, encontra sua força: transformar o luto em poesia cotidiana.
Com personagens tão quebrados quanto humanos, acompanhamos os Fisher, donos de uma funerária, que enfrentam perdas externas e internas. O ritmo lento, carregado de silêncios, faz cada gesto ganhar peso. A estética fria contrasta com momentos de ironia e humor ácido, lembrando que o fim não é só tragédia, mas também uma forma de refletir sobre a vida. As atuações são intensas, entregando personagens que parecem sair da tela para habitar nossas próprias memórias.
Essa é uma obra de drama existencial, que nos faz encarar a mortalidade sem filtros, mas também com delicadeza. Ao terminar cada episódio, fica a sensação de que não apenas observamos uma família, mas vivemos junto a ela o desconforto e a beleza de ser humano.
Se você busca uma série que não se contenta em entreter, mas provoca, inquieta e deixa marcas profundas, A Sete Palmos é um convite necessário, daqueles que transformam a forma como enxergamos nossa própria finitude.