47 Ronins
- Paulo Leite

- 16 de set.
- 2 min de leitura

O silêncio de uma neve que cai sobre os túmulos marca um dos momentos mais fortes de 47 Ronins. Essa imagem solene não é apenas o retrato de um sacrifício coletivo, mas a tradução da honra que atravessa toda a narrativa. A atmosfera de luto e dignidade que envolve os guerreiros cria a base para um conto onde lealdade e destino se cruzam em tons de tragédia e fantasia.
A história acompanha Kai (Keanu Reeves), um mestiço rejeitado que encontra no grupo de samurais sua única chance de pertencimento. O roteiro mistura a lenda japonesa dos 47 ronins com elementos sobrenaturais, criando uma fusão entre drama histórico e fantasia épica. Embora a trama siga um caminho previsível, o peso da honra e da vingança mantém o interesse até o fim.
Na direção, Carl Rinsch aposta em uma estética grandiosa, mas por vezes engessada. Ele valoriza a solenidade dos rituais, os duelos em câmera lenta e os cenários digitais exuberantes. Se a narrativa perde em profundidade, o visual compensa: os figurinos detalhados e as batalhas contra criaturas místicas criam momentos que impressionam os olhos.
A fotografia explora contrastes fortes: da escuridão das florestas à luminosidade dos palácios imperiais, sempre reforçando o clima mítico da história. Já a trilha sonora mistura percussões orientais com tons épicos de Hollywood, acompanhando bem a grandiosidade do enredo de uma fantasia épica de ação, com toques dramáticos.
Assistir 47 Ronins é mergulhar em uma fábula de honra, magia e destino. Pode não ser perfeito, mas tem uma atmosfera única que prende até o último instante. Se você gosta de histórias que misturam o peso da tradição com duelos estilizados e criaturas fantásticas, vale a pena se deixar levar por esse épico sombrio.



